fanzines de banda desenhada

domingo, abril 26, 2015

Bhreu Fanzine - Nº1 - Primeiro zine editado na Sertã














Na Vila da Sertã há um clube centenário com finalidades culturais e recreativas, que de facto as cumpre, apoiando bandas de música pop, organizando concertos de música erudita, promovendo sessões de teatro e de cinema.

Recentemente, algumas pessoas com interesses diversificados - música, design, banda desenhada e fanzines, entre outros - decidiram editar um fanzine, o Bhreu, sob a égide do Clube da Sertã.

Em Dezembro de 2014 editaram o número zero, gostaram da experiência, e o resultado surgiu com o nº1, datado de Abril de 2015.

Tal como o nº0, experimental, este primeiro mantém um conteúdo bastante variado, englobando poesias, desenhos, artigos sobre bandas musicais - designadamente as Texabilly Rockets e Nightmare and Wolfmen Trio -, trabalhos fotográficos, uma reportagem dedicada a um sapateiro à moda antiga da Sertã, uma aguarela, uma composição, o retrato desenhado de Elvis Presley, uma ilustração (na contracapa) e duas bandas desenhadas. 

No que concerne a este último tema - especialmente apreciado no presente blogue -, há um caso muito curioso, o de uma bd realizada pelo músico Rui Martins quando tinha apenas quatorze anos. A originalidade está logo presente no título, "O Assassino dos Assassinos", e a trama ficcional encaminha o leitor/visionador para um final altamente desconcertante e imaginativo.

Estava em embrião, no então jovem Rui Martins, um potencial autor de BD. Mas outras capacidade suas, inatas, conquistaram-no e levaram-no a segui-las, acabando por ganhar notoriedade nas vertentes de músico e cantor.

Ficha Técnica

"Directores, Editores e Ditadores deste fanzine, são todos aqueles que não participam"
  
Título: Bhreu Fanzine
Nº 1 - Abril de 2014
Formato: A4 (21x29,7cm)
Número de páginas: 34 (mais capa e contracapa)
Impressão digital a preto e branco e cores

Tiragem de 100 exemplares
Sem regularidade periódica

Uma produção:
Clube da Sertã

 
Morada: Rua Serpa Pinto
Código Postal: 6100-730 Sertã 
Telefone: +351 918 721 460
http://clubedaserta.pt

Para participar, enviar trabalhos para o endereço de email.
bhreufanzine@clubedaserta.pt

     

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terça-feira, abril 21, 2015

Workshop de Fanzines



Mercadinho do Beco, um nome sugestivo. Quanto ao programa, o cartaz diz que haverá fanzines, pormenor especialmente interessante para este blogue. E até há um workshop dirigido por Hugo Henriques (membro do ateliê Ideal da Mouraria), que aceitará um máximo de dez participantes, com pagamento de apenas 2€ e inscrição prévia. 

O programa também diz quando se realiza a feira e o workshop (25 de Abril, Sábado, a partir das 14h00) e onde: no Beco do Rosendo. Para os lisboetas é fácil a localização: primeiro, Martim Moniz, em seguida, Poço do Borratém.  Depois é só subir por um beco, e vai-se ter a um largo cheio de luz, onde se situa a Mouradia - Casa Comunitária da Mouraria, onde funciona a Associação Renovar a Mouraria, motor da iniciativa.

O cartaz, bastante original, é apresentado como sendo de uma fanzinista (*) auto-didacta, chamada Natalia Ibañez Suárez aka C.Folly.

(*) Escreveram "fanzineira", neologismo muito usado no Brasil. Como estamos em Portugal, o nosso neologismo é "fanzinista", bem mais bonito.

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sábado, abril 11, 2015

Desdobráveis (I) - Um fanzine desdobrável - Título: Panfleto







Como sabe quem se interessa por fanzines, estas publicações amadoras que abarcam todos os géneros - música, poesia, ficção científica e, maioritariamente, banda desenhada, entre outros - apresentam-se sob vários formatos e tamanhos, até por vezes como objectos. 
É um facto que, com frequência, os seus faneditores lhes dão o aspecto de revistas, daí ainda subsistir alguma tendência para assim se classificarem erroneamente. 

Mas insisto sempre: os fanzines são fanzines, não são revistas, apenas por vezes o aspecto se assemelha, ainda mais quando a edição é feita com bastante qualidade gráfica.

No caso concreto do exemplar que aqui examinamos, o fanzine apresenta-se inicialmente num formato muito pequeno A8(5,2x7,4cm), desdobrando-se sucessivamente para os formatos A7(7,4x10,5cm), A6(10,5x14,8cm), A5(14,8x21cm) e, finalmente, A4(21x29,7cm).

Vai, por conseguinte aumentando de tamanho, e à medida que se desdobra, vai-se assistindo a algo que tem a ver com uma pequena ficção contada em cinco vinhetas-pranchas, sendo a última dobra do desdobrável, de novo em A8, ocupada pela ficha técnica.

Alguém poderá encontrar uma revista - uma publicação necessariamente comercial/profissional - com esta apresentação bizarra?

Título do fanzine: Panfleto
Edição de: The Badsummerboys Band
Data da edição: 1998
Editor: Derradé
R. Joaquim Faria, 31-1º-Esqº
2615 Alverca

Nota suscitada pela imagem da vinheta-prancha inicial: 
Ler uma banda desenhada é quase sempre linear, mas por vezes é preciso conhecer a respectiva gramática.
Por exemplo: na citada vinheta-prancha, os protagonistas falam em voz baixa (vejam-se as onomatopeias SSHH! SSHH!) e por isso o balão de fala apresenta-se por uma linha tracejada, ou seja, trata-se de um balão de voz baixa ou balão-sussurro. É uma bem conhecida convenção gráfica, bastante óbvia.

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sábado, abril 04, 2015

Mostra de Fanzines e Workshop no Clube da Sertã



Na Sertã, terra que passei a conhecer por causa dos zines em geral - visto que em Dezembro vim cá fazer uma palestra sobre o tema, e do Bhreu Fanzine em particular, com que colaborei nas duas edições, no nº0 e agora no nº1 - na Sertã, dizia, há uma colectividade muito antiga, de que falei anteriormente no post de 27 de Dezembro de 2014 - denominada Clube da Sertã.

A sua actividade, que abrange as facetas culturais e lúdicas, é dinamizada por um grupo de pessoas desinteressadas que mantêm focos direccionados para a música, tanto para a erudita - há no edifício do clube o Cine-Teatro Tasso, com palco, plateia e balcão -, como para a popular, sendo que, neste caso, as bandas dão os seus concertos num outro espaço devidamente apropriado.

É no conjunto de iniciativas que hoje, 4 de Abril de 2015, os fanzines continuam a estar em foco, através de uma mostra que lhes é dedicada no Salão Nobre do vetusto edifício, e do lançamento do Bhreu Fanzine nº 1.

Haverá também um workshop dedicado aos zines, dirigido por Fernando Ferreira, o fundador da fanzineteca de Coimbra.

Em resumo, um animado evento fanzinístico - apresentado pelo cartaz do topo -, englobado num conjunto de actividades culturais iniciadas a 27 de Março, como se pode ver no segundo cartaz apresentado como Matrioska Billy, com concertos, uma peça teatral e filmes. 

Quem esmiuçar os programas afixados e ler estas linhas, decerto ficará estupefacto com tamanha actividade cultural numa algo ignorada Sertã.

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