fanzines de banda desenhada

domingo, julho 26, 2015

Livros Sobre Fanzines, Os meus (I) - Dédalo dos Fanzines










No início dos anos  1970 foram editados em Portugal os primeiros fanzines, sendo o Argon o primeiro, em Janeiro de 1972.

Em alguns dos iniciadores do movimento fanzinístico português apareceram textos a debruçarem-se sobre esse tipo de publicações amadoras. Mas só mais tarde se souberam pormenores: tinham surgido nos Estados Unidos, sendo o Cosmic Stories, editado em 1929 por Jerome (Jerry) Siegel, incidindo sobre ficção científica, o iniciador do fenómeno editorial amador e alternativo.

O tema que na Europa iria ser mais comum na fanedição, a banda desenhada, apenas daria azo ao aparecimento do Fantasy World, em 1936, editado por David Kyle.

E o neologismo "fanzine" só seria criado mais tarde, em 1940, por Louis Russel Chauvenet, na sua publicação amadora Detours.

Todos estes pormenores têm sido bastante divulgados ao longo das várias décadas por uns tantos historiadores e investigadores, surgindo o nome de Fredric Wertham como um dos mais fidedignos, graças ao seu livro The World of Fanzines, publicado em 1973, mas em que ele demonstra ter tido conhecimento de um magazine amador (afinal de contas um fanzine) em 1941.

Tanto quanto sei, a bibliografia internacional dedicada ao tema não é muito vasta. E quanto à portuguesa, apenas contém um livro, intitulado Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal, editado em Lisboa.

A edição deste livro em 1997 teve em vista, entre outras finalidades, comemorar o aparecimento em 1972, ou seja, vinte e cinco anos antes, dos oito títulos pioneiros do fanzinato português - Argon, Saga, Quadrinhos, Copra, P.Druillet - P.Caza, Orion, Ploc! e Yellow Kid.

Não há vestígios destes fanzines, nem de centenas de outros que têm surgido no nosso país, na Biblioteca Nacional de Portugal. Mas em tempos recentes passou a haver maior cuidado na sua preservação, com o acervo da Bedeteca de Lisboa, já com alguns anos, a criação em 2012 da Fanzineteca de Coimbra e em 2015 a abertura da Fanzineteca da Amadora, esta última incluindo a totalidade do acervo do autor deste artigo, em virtude de doação pelo próprio.
Na fanzineteca mais recente haverá, em devido tempo, uma catalogação actualizada da vasta produção coleccionada pelo fanzinéfilo doador entre 1972 e 2014.

Mas antes de existirem as entidades citadas, foi editado o "Dédalo dos Fanzines", o primeiro registo das publicações amadoras dedicadas à banda desenhada editadas em Portugal, entre 1972 e 1997, feito por ordem alfabética de A a Z, com início no fanzine A Margem e finalizado no Zorck.

Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal.
Autores: Leonardo De Sá e Geraldes Lino
Edições Temporárias 
Lisboa
1997
72 paginas a preto e branco
Formato: 16x24cm
Capa e contracapa em cartolina fina de cor sépia

Etiquetas:

domingo, julho 19, 2015

Lançamento - Fanzine Kindumba da A.N.A.


Cartaz do Kova M Festival, na Cova da Moura, onde vai ser lançado o fanzine "A Kindumba da A.N.A."



Capa do fanzine "Kindumba da A.N.A."

Vai realizar-se uma Feira de Literaturas Afrikanas, inserida no Kova M Festival, na Cova da Moura (Buraca/Amadora*), que decorrerá na Biblioteca do Moinho da Juventude, entre 21 e 23 Julho 2015, das 14h às 20h00.

Na citada feira será apresentado o fanzine A Kindumba da A.N.A., que inclui uma banda desenhada sobre o orgulho do cabelo afro, da autoria de Chiquinha. 

O "Kova M Festival" é uma realização iniciada em 2012 naquele local, que tem diversas componentes, sendo uma delas a Feira do Livro.

O lançamento do fanzine, uma edição Afrofanzine, corresponde a uma interessante iniciativa da responsabilidade de Inês Ramos e Raja Litwinof, duas entusiastas de formas culturais africanas. 

Fanzine
«A Kindumba da A.N.A.»
Autora: Chiquinha
País: Angola
Género: Banda Desenhada (tiras)
Formato: A4
Nº de páginas: 18
Acabamento: Capas em cartolina castanha, cosidas com lã preta e aplicação de contas coloridas
Tiragem: 150 exemplares numerados
Preço: 5,00€
Data de edição: Julho de 2015


*Cova da Moura
Rua Francisco Xavier, 5, Alto da Cova da Moura 
(Buraca - Amadora)
..................................................................

Chiquinha (Francisca Nzenze de Meireles) nasceu em Janeiro de 1978 em Luanda.
Viveu em Portugal dos 1 aos 13 anos, altura em que voltou para Angola.
Em Angola fez o curso médio de Jornalismo e o curso superior de  Relações Internacionais.
Trabalhou como repórter e redactora na  LAC - Luanda Antena Comercial.
O interesse pelo desenho sempre existiu,  a escrita surgiu depois do nascimento do seu primeiro filho, para quem escreveu um livro que foi editado em Angola pela editora Nzila.
Actualmente trabalha como ilustradora (colaborou com a revista África Imoyé-Brasília) e tem uma página no facebook com cerca de 20 mil seguidores.
Também tem trabalhado em livros infantis, produzindo sempre o que mais gosta: desenhos e histórias.
Vive no Brasil (em Brasília) há sete anos.

Etiquetas:

quinta-feira, julho 16, 2015

Lançamento do fanzine "Violência Electro-Doméstica"














Além da invulgaridade do título do fanzine - que remete para o título da banda desenhada que constitui o seu conteúdo, "Violência Electro-Doméstica" -, os seus faneditores Xavier Almeida e "Pato Bravo" (aliás, Bernardo Fachada) tiveram a inusitada ideia de fazerem o lançamento do Nº 2 do zine num local inédito e improvável, mas com fortes e antigas conotações alternativas: a Feira da Ladra.

Tratando-se de um mercado sui generis, muito apreciado pelos coleccionadores de tudo e mais alguma coisa, este popular local de Lisboa é bem apropriado para o lançamento de um fanzine, embora, que eu saiba, tal coisa nunca tenha acontecido antes do dia 18 de Julho de 2015, data memorável para o meio fanzinístico.

Portanto, no próximo Sábado, entre as 10h e as 16h, Xavier Almeida e "Pato Bravo" estarão com a respectiva banca cheia de exemplares do segundo número do fanzine junto ao muro do jardim que existe no local.
Eu, faneditor e fanzinéfilo, conto lá estar ao meio-dia.

Correspondendo ao pedido dos editores do zine, aqui fica o texto que elaboraram para o lançamento:


Após o estrondoso sucesso que fez esgotar em pouco tempo o primeiro episódio desta peculiar novela gráfica, eis que surge o segundo episódio de “Violência Electro-Doméstica”, com apresentação marcada para o próximo dia 18 de Julho na Feira da Ladra, em Lisboa, pelos autores Xavier Almeida e Pato Bravo (Bernardo Fachada).

Os acontecimentos misteriosos que marcaram o primeiro episódio deixaram no ar várias perguntas ao protagonista desta série: terá sido imaginação ou é mesmo verdade que o seu frigorífico ganhou vida própria para aterrorizá-lo? Que forças sobrenaturais são estas que dão vida a um electrodoméstico? Como resolver este problema, será que alguém vai acreditar nele?

No segundo episódio de “Violência Electro-Doméstica”, a primeira edição contará com uma impressão de 100 exemplares “de forma a disponibilizar ao público um formato menos dispendioso e que, esperamos, possibilite uma maior abrangência”, segundo Xavier Almeida, artista e coargumentista desta novela gráfica. “No entanto, iremos produzir 5 gravuras originais e numeradas”, prossegue. “Violência Electro-Doméstica” é feita integralmente pelos autores através da técnica de gravura de linóleo.



  



  


Etiquetas: