Carlitos! - s/nº - Outubro 07

Prancha de Marco Mendes que ilustrou o convite para uma sua exposição

Marco Mendes e Lígia Paz são ambos ilustradores, e encheram as páginas deste fanzine intitulado Carlitos! (assim mesmo, com intrigante ponto de exclamação) através de excelentes bandas desenhadas e algumas óptimas ilustrações. Aliás, uma delas, da autoria da Lígia e com a sua devida autorização, aparece de novo no recente número dez do meu fanzine Eros, por ser exemplar na área do erotismo de requintada sensibilidade.
No que concerne às bandas desenhadas de Marco Mendes, elas são geralmente de uma só prancha (neste fanzine), e descrevem factos, acontecimentos, ou simples pormenores da vida do dia-a-dia. Como acontece com a bd reproduzida no topo, a qual, curiosidade do fanzine, aparece como suplemento em papel couché de elevada gramagem, por se tratar de programa de exposição dele, Setembro do ano que já lá vai, na Galeria Plumba - Arte Contemporânea, Porto.

Prancha da bd "Reacção Psicótica", de Lígia Paz

Lígia Paz, em termos de estilo, insere-se no minimalismo: imagens em síntese, muitosimples, sem fundos, quase em silhueta, aparentemente vogando no espaço. Mas expressivas e sugestivas. Aprecie-se o o dinâmico pormenor da personagem que se apresenta deitada na banheira e se levanta, para, em seguida, se dirigir para "lado nenhum", como a autora artista relata, na legenda didascálica manuscrita, em excelente texto, algo saramaguiano, ou seja, sem qualquer pontuação, que consegue criar uma atmosfera estranha e angustiante.

Quanto aos grafismos de Marco e Lígia, dois estilos bem diferentes, no mesmo fanzine, que se complementam.

Capa do fanzine, desenhada por Marco Mendes

Carlitos!
Exemplar sem nº nem data [Outubro 07]
Formato A4 - Capa, contracapa e 20 páginas. Inclui separata A3 em papel verde com a montagem fotográfica "Carlitos Júnior"
Editor: Marco Mendes
Endereço: Rua Nau Trindade, nº 16 - 3º - dtº
4000-354 Porto
Mais pormenores no (excelente) blogue Diário Rasgado
http://diariorasgado.blogspot.com/

Nota importante escrita a posteriori (em 10 Fev.): Neste "post" existe uma facilidade técnica inexistente anteriormente: todas as imagens são ampliáveis.

Shock fanzine - nº 27 - Dez. 07

Há poucos fanzines que durem anos em publicação. Um deles é o Shock, apesar de ter tido longo interregno.
Outro aspecto a considerar é o facto de a ele estar associado, indissoluvelmente, um nome, o do Estrompa, que já tem havido quem pense tratar-se de pseudónimo... Mas não, o José João Amaral Estrompa existe mesmo com este nome, de resto é ele quem faz o design do fanzine, incluindo a atraente capa.

E como é ecléctico, além desse trabalho ainda consegue colaborar com uma banda desenhada, O Destino Escreve-se por Linhas Tortas, em seu nome (desenho) e de José Lopes (argumento), e outra, à base de montagem de imagens de outros autores e dele próprio, sob o pseudónimo Ellô Dolly.
Indispensável referenciar, igualmente, um nome que se vem afirmando como valor emergente na banda desenhada portuguesa, o jovem José Lopes. autor da bd Crime - Matar saudades afinal não é crime, não assinada (porquê?), de muito boa qualidade, de que mostrarei imagem no meu outro blogue Divulgando Banda Desenhada

http://divulgandobd.blogspot.com
Nos textos há a referir os nomes de Apolinário S., Varandas, José M. Vilela e Krys Stromp.
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Shock fanzine
Nº 27 - Dez. 07
Formato A4 - 28 páginas mais capas
Editor: Estrompa
Endereço: não indicado [Lisboa]

Erotismo e/ou pornografia nos fanzines (II) - Autor: Machado

Segunda imagem para reacender a polémica: onde acaba o erotismo e começa a pornografia? Há fronteira entre os dois géneros? É detectável essa fronteira? Uma banda desenhada onde há uma cena de sexo explícito, apesar de fazer parte do enredo, será gratuita, tentará explorar o "voyeurismo", seria dispensável? Ou nem por isso?
A prancha reproduzida no topo do "post" é da autoria de Machado, desta forma simplificada assina o bem conhecido J. Machado-Dias quando faz banda desenhada (coisa que pouca gente conhecia ao citado, também já com folha de serviço como argumentista, mas mais reconhecido enquanto editor), pertence ao episódio O Regresso de Valentina, um tributo a Guido Crepax.
Esta banda desenhada integra-se, tal como a anterior, nas páginas do fanzine Eros nº10. Quem quer classificar a terceira vinheta da prancha acima reproduzida? Aceitam-se opiniões.
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Na mesma linha fluida entre erotismo e pornografia, há já neste blogue fanzinístico mais três imagens perturbantes e, eventualmente, susceptíveis de desacordo na interpretação (as opiniões discutem-se, na minha discutível opinião...).
Foram elas desenhadas por Pepedelrey ("post"de Dez. 28, 2007), JCoelho (Jan. 2, 2008) e Machado (Jan. 9, 2008).

Erotismo e/ou pornografia nos fanzines (I) - Autor: JCoelho

Entre o erotismo e a pornografia há uma ténue fronteira, e consensuais não são as opiniões quando se entra na análise de uma cena.
A prancha reproduzida no topo do "post" é da autoria de JCoelho (assim assina actualmente Jorge Coelho), pertencente à banda desenhada Zambujas, visionável nas páginas do fanzine Eros nº10. Quem quer classificar a terceira vinheta? Aceitam-se opiniões.
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Nesta mesma linha fluida entre erotismo e pornografia, integra-se a prancha concebida e realizada por Pepedelrey, com o acicate especial de permitir espreitar as pernas semi-nuas de uma freira, com o sexo apenas tapado por uma cruz. Eu, pecador me confesso: é uma imagem perturbante, visionável no "post" afixado uns dias antes, em Dezembro 28, 2007.