Erotismo e/ou pornografia nos fanzines (I) - Autor: JCoelho
Entre o erotismo e a pornografia há uma ténue fronteira, e consensuais não são as opiniões quando se entra na análise de uma cena.
A prancha reproduzida no topo do "post" é da autoria de JCoelho (assim assina actualmente Jorge Coelho), pertencente à banda desenhada Zambujas, visionável nas páginas do fanzine Eros nº10. Quem quer classificar a terceira vinheta? Aceitam-se opiniões.
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Nesta mesma linha fluida entre erotismo e pornografia, integra-se a prancha concebida e realizada por Pepedelrey, com o acicate especial de permitir espreitar as pernas semi-nuas de uma freira, com o sexo apenas tapado por uma cruz. Eu, pecador me confesso: é uma imagem perturbante, visionável no "post" afixado uns dias antes, em Dezembro 28, 2007.
4 Comentários:
Caro Geraldes Lino, penso poder afirmar sem grande tremura nas palavras que esta prancha será erótica, não me parece nada pornográfica.
De facto, as imagens mais sexualmente explícitas servem a narrativa de forma eficaz, não são gratuitas. Por outro lado, não me parece haver intenção do autor em mostrar o acto sexual em si mas antes realçar uma atitude da narradora que poderá contribuir para clarificar e enquadrar alguns traços da sua personalidade.
Para finalizar devo dizer que me parece uma prancha bastante interessante no que diz respeito à sua dinâmica narrativa.
Bom ano.
Pois é Lino, na verdade é que é só porno---grafia. Sabes como é... O Autor é Coelho, estás à espera do quê?! Cambada de tarados! À terceira já se faz tarde e o desgraçado só pensa em beber mais uma e dar outra na dita narradora. Enfim, qualquer coisa assim. O erotismo está na panca de cada um e não é defenido por nenhuma cambada de gentinha inteligente que teima em rotular a coisa. A cena é porno ou erótica como cada um quiser, é imaginar ou não. Siga.
Abração.
Pepe
Pois eu cá acho que isso da dito vinheta ser erótica ou porno, é relativo. Neste caso, ela por si só não poderá ser "rotulada" sem se perceber primeiro todo o ambiente envolvente. Isto porque, na minha humilde opinião, o que distingue o erotismo da pornografia é precisamente algo para além da imagem. O erotismo vale precisamente pelo que não se vê. E não pelo que é mostrado gratuitamente.
Voltei aqui por acaso, gostei das respostas, e resolvi eu tb dar uma opinião.
Nas palavras do Silvares e da Sara Franco detectei a preocupação de tentarem perceber e definir esses dois conceitos (e todas as coisas têm definição, há-as em todas as áreas do conhecimento, e tal não impede que os criadores continuem a criar, é por isso que existem conceitos, tal como impressionismo, expressionismo, cubismo, mainstream, underground, etc.).
E estou de acordo - faz também parte do meu conceito - de não bastar que nas imagens haja o acto sexual explícito, com os órgãos sexuais visíveis, para se classificarem como imagens pornográficas.
Elas não o serão, se de facto estiverem inseridas num contexto ficcional que as justifique, em que elas completem, harmoniosamente, a evolução da trama dramática ("dramática" em "latu sensu").
Respondendo ao Pepedelrey: estás a simplificar a questão. Se assim fosse, um espectador dum filme "hard core" rasca, daqueles que começam e acabam da mesma forma que sabemos, se o espectador achar que não é pornográfico, o filme deixa de ser pornográfico?
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