Bhreu Fanzine nº 0 - Primeiro zine editado na Sertã
Deu-se o acontecimento editorial amador na frialdade de Dezembro de 2014, e a publicação teve o título Bhreu Fanzine.
Mas afinal, o que é isso de fanzine? Um magazine editado por um fã. Ou por um grupo de fãs, ou por uma colectividade de âmbito cultural. Quanto à origem do neologismo, ele nasce da contracção da palavra fã (ou fan, na versão anglófona) com as duas últimas sílabas de magazine.
Editado, escrito e desenhado por elementos ligados ao Clube da Sertã, o Bhreu entronca na categoria de fanzine "mix", visto que inclui um misto de temas, entre os quais a BD em destaque com direito a duas obras.
Por conseguinte, no que se refere à banda desenhada, o Bhreu corresponde a um de três itens: o dos fanzines com BD, ficando os restantes dois nas seguintes definições:
- de BD - todos preenchidos com bandas desenhadas;
- sobre BD - totalmente dedicados a textos de estudo, crítica, biografias, em suma, de divulgação da especialidade.
Apesar de não ter sido editado por um simples amador fã de zines, o Bhreu mantém a condição de fanzine pelo facto de ter tido por editora uma colectividade dedicada à cultura, à arte e ao entretenimento sem fins lucrativos, caso do Clube da Sertã.
De resto, o Bhreu corresponde inteiramente às características que se integram no conceito de fanzine: as colaborações são pro bono, tem uma tiragem pequena, como é usual nos zines, o que não possibilita distribuição a nível nacional, ficando limitado à venda na localidade onde é editado, a periodicidade é habitualmente irregular, sai quando sai, porque fica dependente de haver colaborações gráficas e literárias prontas e suficientes para publicar.
Mas, last but not the least, tem a qualidade inestimável da total liberdade editorial, literária e visual (neste pormenor é bem representativo o cartoon "Feliz Natalcool" de Rui Martins).
O Bhreu Fanzine nesta edição experimental e inaugural - nº0 - apresentou-se sob óptimo aspecto gráfico, com impressão digital de elevada qualidade - muito idêntica à do offset - sobre excelente papel couché e englobou bandas desenhadas, cartunes, ilustrações, fotografias, composições artísticas, e artigos sobre temas bastante diversificados, abarcando a actividade teatral local, crítica de cinema, bandas musicais e respectivos projectos, fotografia, arte contemporânea, uma biografia de personalidade local, e até um artigo de enólogo a respeito, obviamente, de vinhos.
O fanzine teve a colaboração de (por ordem alfabética): André Ventura, Hugo Xavier, João Miguel, Jorge Firmino, Lúcia Leitão, Marco Figueiredo, MC - Margarete Casquinha, Miguel Calhaz, Osvaldo de Campos Antunes, Paulo Belchior, Pedro Antunes, Rui Martins ("Pesadelo" ou "Pesa"), Rui Pedro Lopes, Rui Silva.
Ficha Técnica
A frase que aparece escrita na página 2 a apresentar os responsáveis do "Brheu" é desconcertante, a condizer com o espírito fanzinístico, e reza assim:
"Directores, Editores e Ditadores deste fanzine, são todos aqueles que não participam"
Título: Bhreu Fanzine
Nº 0 - Dezembro de 2014
Formato: A4 (21x29,7cm)
Nº de páginas: 40
Impressão digital a preto e branco
Revisão ortográfica:
Geraldes Lino
Tiragem de 100 exemplares
Sem regularidade periódica
Uma produção:
Clube da Sertã
Morada: Rua Serpa Pinto
Código Postal: 6100-730 Sertã
Telefone: +351 918 721 460
http://clubedaserta.pt
Para participar, enviar trabalhos para o endereço de email.
bhreufanzine@clubedaserta.pt
Nota: Essa edição inicial do Bhreu Fanzine englobou um CD, editado pelo Clube da Sertã, com três "demos" que incluem interpretações de Miguel Calhaz, sendo o primeiro intitulado "Era Uma Vez Um País", tema da banda desenhada homónima com desenhos de Hugo Xavier, publicada no zine.
Geraldes Lino
Militante da BD e dos Fanzines
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Notas pessoais acerca da minha ida à Sertã pela primeira vez, em Dezembro de 2014
Não conhecia a Sertã. A minha estada foi curta, mas chegou para ficar muito bem impressionado com a vila, pelas paisagens que a rodeiam, pela simpatia dos sertaginenses, e pela buliçosa vida nocturna.
Esclareço: a vida nocturna a que me refiro apenas tem a ver com o Clube da Sertã, uma colectividade com grande actividade cultural e artística, onde passei as noites de Sexta e Sábado, 19 e 20 de Dezembro.
No Cine-Teatro Tasso - um espaço incluído no grande edifício onde se situa o Clube da Sertã - assisti a um concerto de guitarra clássica; e noutro local do mesmo casarão, estive presente na inauguração de um núcleo museológico - o Gabinete de Curiosidades.
A minha participação foi anunciada sob o título de "Seminário Sobre Fanzines", e foi complementada com o lançamento do Bhreu Fanzine.
Terminei a noite a ver e ouvir o guitarrista e cantor e apreciador de BD Rui Martins - conhecido entre os amigos por "Pesadelo" ou simplesmente "Pesa", acompanhado pelos jovens músicos Marco Figueiredo e Pedro Antunes.
Foi pelo conhecimento ocasional com Rui Martins, no programa ao vivo "Viva a Música" da Antena 1, no Teatro da Luz em Lisboa, que se viria a proporcionar esta minha ida (inesquecível) à Sertã.
Etiquetas: Bhreu, Fanzine com BD